quinta-feira, 30 de junho de 2016

A salvação é um dom de Deus




Existem vários segmentos religiosos ensinando que somos salvos pelas obras, ou por vivermos de acordo com algo que alguém escreveu, por fazer ação social, por frequentar igrejas, participando de certos rituais religiosos (batismo, comunhão, confirmação, peregrinação e por aí vai...).
Em Efésios 2:8-9 lemos: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”.
É isso mesmo!! A SALVAÇÃO É UM DOM GRATUITO, É UM PRESENTE, E COMO TODO PRESENTE, TUDO O QUE PRECISAMOS FAZER É ACEITA-LA...
Não podemos fazer nada para salvarmos a nós mesmos, Jesus por Sua morte na cruz já fez tudo; Ele aceitou a punição total para os nossos pecados, para nossa rebelião contra Deus, e abriu a porta, estendendo Sua graça (salvação imerecida) a todos que irão aceitar esse sacrifício.
Hoje é o dia nossa da salvação, tudo o que precisamos fazer é aceitar a Cristo como salvador.
"Porque diz:Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação;eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação" (2 Coríntios 6:2)

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Tanque de Siloé (João 9.1-41)




Era um reservatório que recebia suas águas por um canal subterrâneo. Cerca de 100 metros de rocha separavam o Tanque de Siloé da Fonte de Gion, que abastecia Jerusalém com suas águas (2 Crônicas 32.30), quando transbordava a Fonte, as águas abasteciam o Tanque de Siloé.
Siloé significa ‘enviado’ – Esse nome foi dado devido à forma que ele era abastecido, podemos aplicar esse nome à Pessoa de Cristo, que por mais de 40 vezes no Evangelho de João Jesus é referido como aquele que foi enviado da parte de Deus.
Assim como o Tanque de Siloé recebia suas águas da Fonte de Gion através de um canal vindo da direção do Templo; também Deus ao enviar Jesus do Templo Celestial, fornece aos homens águas curativas, que curam o corpo e a alma, nos livrando da cegueira espiritual.

Desse Tanque também eram tiradas as porções de água necessária para a Festa dos Tabernáculos, um solene festejo saía a cada manhã durante os dias de festa, levando água para o Templo, suprindo assim com a água necessária para as cerimônias de libação e outras oferendas – essa água é símbolo do Espírito Santo e a vida que Ele transmite.
Siloé simboliza a Graça divina (Isaías 8.6), porém, apenas um símbolo pois, na Pessoa de Jesus, nos foi concedida uma fonte de salvação muito mais excelente, mais elevada e muito mais poderosa, que graciosamente e verdadeiramente atrai a muitos e Nele recuperamos não só a visão física mas principalmente a espiritual.

sábado, 18 de junho de 2016

O MILÊNIO


A dispensação do Governo Divino (Milênio) 
(Mt 24.29-30; 25.31-32; Ap 19.11-21; 20.1-15; 21.1-3)

Dispensação é a maneira como Deus trata com o homem durante um determinado período de tempo, quando o homem é provado e testado quanto à obediência a certas revelações definidas da vontade de Deus. Por exemplo, desde os dias de Moisés até Cristo o homem foi provado sob a Lei.
O período atual é chamado de "dispensação da graça de Deus" (Ef 3.2).
No Milênio o homem será provado sob o reinado pessoal de Cristo, sem a presença de um tentador (Satanás). É a chamada "dispensação da plenitude dos tempos" (Ef 1.10).
Existem ao todo sete dispensações nas quais o homem tem sido provado: em inocência, em consciência (da expulsão do jardim do Éden ao dilúvio), em autoridade ou governo (do dilúvio a Abraão), sob a promessa (de Abraão a Lei), sob a Lei (da Lei a Cristo), sob a graça (de Cristo ao arrebatamento), sob o reinado pessoal de Cristo (da vinda de Cristo ao final do Milênio).

Características do Milênio 
(mil anos de paz e justiça sobre uma terra restaurada, sem todos os efeitos terríveis do pecado)

Jesus reinará por mil anos na terra – Apocalipse 20.5-6
Satanás estará preso – Apocalipse 20.1-3
Jesus reinará com cetro de ferro – Salmo 2.8-9, Apocalipse 12.5; 19.15; Gênesis 49.10; Números 24.17
Haverá vida longa – Isaías 65.19-20
Será um reinado real, concreto e visível – Apocalipse 20
Haverá paz universal (entre povos e nações) – Isaías 9.6; Miquéias 4.3-4; Lucas 2.13-14
A Palestina será aumentada – Isaías 26.15
A topografia será alterada – Zacarias 14.4
As chuvas cairão trazendo bênçãos – Isaías 41.18; Ezequiel 34.26; Joel 2.23
As fontes e mananciais de águas serão abundantes – Ezequiel 47.1-11; Zacarias 14.8
A terra produzirá abundantemente – Isaías 32.15; 35.1. Ezequiel 47.12; Amós 9.13
Haverá plenitude de paz e justiça – Isaías 32.16-17
Haverá paz em toda a criação – Isaías 11-6-9; 65.25; Romanos 8.19-21
O Evangelho será pregado em todo o mundo – Isaías 11.6-9; 14.1-2; 4.22-23; 60.14; Zacarias 8.20-23
Ainda haverá pecado – Isaías 65.18-20; Lucas 19.11-27
Haverá um novo Templo e sacrifícios memoriais – Isaías 56.6-7; Ezequiel 40.1 a 44.31)
Os salvos estarão em glória com Seu Salvador - Colossenses 3.4
Haverá um sistema econômico perfeito, no qual as necessidades do homem serão abundantemente providas por seu trabalho nesse sistema. Existirá uma sociedade plenamente produtiva, suprindo as necessidades dos súditos do Rei - Isaías 62.8-9; 65.21-23; Jeremias 31.5; Ezequiel 48.18-19. A agricultura, bem como a manufatura proverá empregos.
Haverá um aumento da luz do sol e da luz da lua, isto será a causa do aumento da produtividade na terra - Isaías 4.5; 30.26; 60.19-20; Zacarias 2.5
A língua será unificada, as barreiras linguísticas serão desfeitas - Sofonias 3.9
Haverá uma transformação no corpo das pessoas que tem deformidades físicas - Isaías 29.17-19; 35.3-6; 61.1-2; Miqueias 4.6-7; Sofonias 3.19
As águas do Mar morto ficarão saudáveis e peixes serão encontrados ali - Ezequiel 47.8 (isso já começa a acontecer com o surgimento dos bolaines)

Para quem será o Milênio?

Para Jesus Cristo, como Rei Supremo - Zacarias 14.9
Para os Salvos - 1 tessalonicenses 4.16-17
Para o remanescente (nações) da Grande Tribulação - Mateus 25.31-46
Para os judeus sobreviventes - Deuteronômio 28.13; Isaías 60.10-15; Zacarias 8.20,23.

O que acontecerá no fim do Milênio?

Satanás será solto - Apocalipse 20.7
Enganará multidões - Apocalipse 20.8
Promoverá uma rebelião - Apocalipse 20.9
Os rebeldes serão mortos queimados - Apocalipse 20.9
Satanás será destruído com um assopro da boca de Cristo - 2tessalonicenses 2.8
Satanás será lançado no Lago de Fogo e Enxofre - Apocalipse 20.10
O último inimigo – a morte – é derrotado - Apocalipse 20.14; 1Coríntios 14.26
O Reino é entregue ao Pai - 1Coríntios 15.24-25,28; Apocalipse 22.1

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Curiosidades sobre o casamento nos tempos de Jesus





A palavra hebraica/aramaica para noivado é "kiddushin", que significa "santificação", "separação", ou seja, a separação de uma mulher em particular para um homem em particular. O adultério durante o período de noivado era considerado um pecado mais sério do que depois do casamento.
Os jovens geralmente não escolhiam com quem iam casar-se, as negociações geralmente eram feitas pelos pais (Gn 24.1-4), e durante essa negociação eram feitos os acertos sobre valor do dote (valor que o noivo iria pagar ao pai da moça – veja em Gênesis 24.52-53), que às vezes era feito também por um servo de confiança que apresentava o dote ao pai da moça.
Caso o pretendente não pudesse pagar devido à pobreza, o dote poderia ser pago na forma de prestação de serviços (Gn 2.18), ou pela eliminação de inimigos (1 Samuel 18.25).
Ter filhas mulheres era como ter dinheiro em caixa, dado o valor econômico das mulheres solteiras.
Uma vez pago o dote, implicaria na mulher pertencer agora ao marido, o casamento estava selado e o homem não abriria mão dela para nenhum outro pretendente. Os noivos então bebiam um cálice de vinho, estabelecendo o acordo entre ambas as partes. (pai e noivo).
Com o casamento selado, os noivos já eram considerados casados, porém ainda não tinham vida a dois em comum, o noivo então retorna à casa paterna, e se mantinham distantes da vida sexual até o casamento.
A assinatura do contrato demonstrava que os noivos não viam o casamento apenas como uma união sentimental e emocional, mas também como um compromisso legal e moral.


O noivado

O noivo ficava isento do serviço militar (Deuteronômio 20.7), Maria e José estavam noivos quando foi descoberto que ela estava grávida, então José resolveu fugir para não envergonhá-la, afinal, como poderiam eles explicar a gravidez de Maria? O filho que ela trazia no ventre não era dele, era obra do Espírito Santo, eles estavam noivos e não podiam ter relações sexuais ainda.
O noivado tinha uma duração de doze meses, período para preparação da casa pelo noivo e do enxoval pela noiva.
A família da noiva fazia os preparativos para os festejos de casamento.


O casamento

O dia do casamento judaico é como um Yom Kipur  (Dia do Perdão) pessoal, passado em jejum, oração, atos de boa vontade e reflexão espiritual.
A tradição diz que Deus perdoa completamente os pecados de ambos nesse dia, para que eles possam começar suas vidas de casados em estado de pureza.
Uma antiga tradição aconselha a noiva e o noivo a jejuarem no dia de seu casamento, desde o nascer do sol até o momento posterior a cerimônia, em baixo da chupá (Hupah, tenda montada especificamente para os procedimentos de passagem, a chupá deve ser aberta dos quatro lados, como na história, a tenda de Abraão era aberta dos lados, para acolher os hóspedes, a chupá sem proteção lateral representa a casa aberta aos amigos e parentes), comendo a primeira refeição juntos ao fim da cerimônia nupcial.
 (Quando a noiva e seus pais chegam à chupá devem dar sete voltas em torno do noivo, essas voltas representam os sete dias da Criação, e o compromisso dos noivos na construção de um lar de acordo com a vontade de Deus).
No dia de casamento, os noivos honram as noivas e providenciam o que elas necessitam para ficarem alegres.
Imitando o gesto de Rebeca ela cobre o rosto e os cabelos, esperando que seja merecedora das bênçãos divinas em seu casamento (Como Rebeca foi com Isaque)
O Talmude (livro que contém a lei oral, a doutrina, a moral e as tradições dos judeus) designa-lhe um lugar de honra, é necessário ter um trono para a noiva, que neste dia é chamada de rainha e o noivo de rei.
Durante a recepção nupcial, a noiva senta-se sobre o seu trono e é cumprimentada pelos convidados, enquanto parentes e amigas dançam em sua honra, e a noiva espera a chegada do noivo.


O amigo do noivo (noiva) (“O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que lhe serve e o ouve, alegra-se grandemente por causa da voz do noivo. Portanto, essa satisfação já se cumpriu em mim” – João 3.29).
O amigo do noivo (que era amigo da noiva) era aquele que fazia a noiva conhecer seu futuro marido, tudo o que ela queria saber a respeito do seu noivo, como ele estava, quando ele viria etc. O amigo da noiva era o porta voz do noivo.
Após o tempo de separação o noivo então convidava os padrinhos e o amigo da noiva, e todos saíam em cortejo, se dirigindo a casa da noiva, com tochas acesas nas mãos.
·         Saiam da casa do noivo e iam a casa dos pais da noiva, com suas melhores roupas, grinalda na cabeça, vestido como um rei (Cantares 3.11; Isaías 61.10), acompanhado de um cortejo, ao som de músicas e cânticos.
·         Eram momentos de grandes deslumbres pelas ruas, sob a luz do luar, tochas acesas e a multidão cantando pelas ruas “aí vem o noivo”. O som do alarido ia de casa em casa, anunciando a chegada do noivo.
·         O som então alcançava a casa do pai da noiva, onde ela já o estava esperando, pois já vinha se preparando para esse grande momento, estava portanto pronta e era então momento de grande festa, ela seria levada pelo noivo
·         Então a noiva pedia para avisar as suas damas de honra para vesti-las e enfeitá-la pois o noivo já estava chegando e vinha busca-la.
·         O amigo do noivo entrava na casa da noiva e a levava embora para a casa do noivo, coberta por um véu, pois para o judeu a beleza física passa e a espiritual permanece para sempre. Na casa do noivo os convidados já estão juntos e às mesas postas, no salão de festas.

As bodas

Duravam sete dias - “Ela murmurou durante o restante da semana que duraram as comemorações de núpcias (bodas). Por fim, no sétimo dia, Sansão lhe revelou o segredo, porquanto ela continuava a lamentar e chorar sobre o seu ombro. Ao ouvir a resposta, ela a revelou aos filhos do seu povo” (Juízes 14.17)

A lua de mel

Durava um ano – “Quando um homem for recém-casado, não deverá ir para a guerra, nem será requisitado para qualquer compromisso público. Ele poderá ficar em casa, de licença por um ano, livre para fazer feliz a mulher com quem se casou” (Deuteronômio 24.5).
Mulheres virgens casavam-se sempre às quarta feira e as mulheres viúvas sempre às sextas feiras.
Durante todo o período comemorativo das bodas, eram servidos alimentos e vinho, quanto maior a fartura, mas abençoado era considerado o casal.
O elemento essencial que não poderia jamais faltar era o vinho.

Nota¹: As dez virgens não são A Noiva, elas compõem o cortejo nupcial, isto é, o séquito (cortejo que acompanha uma pessoa, geralmente distinta, para servi-la ou honrá-la) da Noiva, o qual eram as responsáveis por iluminar com suas lâmpadas o caminho do Noivo para a Noiva.
Existe um grande simbolismo para os últimos dias, pois, a parte do cortejo (cristãos) que não tem o azeite (Espírito Santo) em reserva não poderá ser o condutor da Noiva (Igreja), portanto será reprovado pelo Noivo (Cristo) e não entrará na festa de casamento (Bodas do Cordeiro).


Nota²: Para a religião judaica, o homem que não é casado é considerado incompleto, pois, através do matrimônio é que o casal se une espiritualmente, formando uma só alma.
O noivo usa sobre o terno o Talit (um chale de orações dado de presente pela futura esposa), a noiva possui papel especial, é, portanto, obrigação do noivo alegrá-la e providencias o que ela deseja.
Seus cabelos e rosto devem ser cobertos pelo véu até o momento em que o futuro esposo descobre a sua face, que emana a presença divina. O véu é colocado sobre os ombros do noivo, e a noiva declara nesse momento:  “O governo está sobre os seus ombros”.
A entrega da aliança é o mais importante momento, é o vínculo eterno estabelecido entre o casal, simboliza o elo, o círculo sem fim e deve ser feita de ouro e sem nenhum trabalho ou pedra aplicada.
Finalizando, o noivo quebra um copo de vidro representando que mesmo na maior alegria, devem lembrar da destruição do Templo Sagrado em Jerusalém e, sempre devem almejar sua reconstrução.

Nota ³: Durante a celebração os convidados homens devem usar a Kipa (um tipo de chapéu) para lembrar que Deus está sempre acima de tudo e todos.
Os noivos são carregados na cadeira (trono) e os convidados fazem uma grande roda e dançam em volta deles.

Exegese de Salmos 24

TÍTULO: Um salmo de Davi.



Pelo título nada aprendemos senão sua autoria, que é interessante e nos leva a observar as maravilhosas operações do Espírito sobre a mente do doce cantor de Israel, capacitando-o a tocar a corda lamentosa no salmo 22, a despejar gentis notas de paz no salmo 23, e aqui a pronunciar tons majestosos e triunfais. Podemos fazer ou cantar todas as coisas quando o Senhor nos fortalece. Este hino sacro provavelmente foi escrito para ser cantado quando a arca da aliança foi tirada da casa de Obede-Edom, para permanecer dentro de cortinas sobre o monte de Sião. As palavras não são impróprias para a dança sagrada de alegria na qual Davi foi à frente ao caminho naquela ocasião jubilosa. O olho do salmista olhava, no entanto, além da subida típica da arca para a sublime ascensão do Rei da glória. Nós o chamaremos O CANTO DA ASCENSÃO.

DIVISÃO: O salmo forma um par com o salmo 15. Consiste de três partes.

1 - A primeira glorifica o verdadeiro Deus e canta o seu domínio universal.

2 - A segunda descreve o verdadeiro Israel, aquele que pode ter comunhão com ele.

3 - E a terceira retrata a subida do verdadeiro Redentor, que abriu as portas do céu para a entrada de seus eleitos.

Exegese:

(Versículos 1 e 2 - Este prelúdio para o salmo provavelmente foi cantado por um levita, proclamando que o Senhor, o Deus de Israel é o Criador, o Mantenedor e o Dono de tudo o que existe, por isso merece um culto reverente, como o Rei da Glória. cf. Sl 29; 33: 6-11; 89: 5-18; 93; 95: 3-5 e 104).
Versículo 1 - A poesia hebraica é caracterizada por paralelismos; este verso é um exemplo disso, a palavra ‘terra’ é sinônimo de ‘mundo’; e a frase ‘plenitude’ é sinônimo de ‘aqueles que nele habitam’. Portanto, o que este versículo nos diz é que “Toda a terra pertence ao Senhor, o Deus de Israel; não só a terra, mas todos os seus habitantes. Deus não é apenas o Deus de Israel, Ele é Deus de toda a terra, o único Soberano de toda a criação”.
Sendo Soberano, Deus tem o direito de dispor da Sua criação como lhe agrada, pode dispor da nossa vida de acordo com a Sua vontade, Deus não precisa consultar ninguém sobre o que Ele faz; e também não pode ser responsabilizado perante ninguém.
Essa é uma grande verdade que nos ajuda a valorizar o fato de que somos o povo de Deus e que tudo o que temos devemos a Ele, é uma verdade que Deus quer que os ímpios também compreendam. (Veja Êxodo 9.29).

Versículo 2 – A razão pela qual toda a terra pertence a Deus é que Ele é seu criador; ele “fundou” e “disse”. De acordo com Davi, a terra foi fundada “no mar” e “nos rios” (paralelismo).
Alguns comentaristas dizem que o que Davi quis dizer aqui, corresponde exatamente a estrutura da terra. De acordo com os geólogos, os continentes flutuam com ilhas em placas tectônicas que estão por trás dos oceanos.
Gênesis 1.9-10 indica que na criação, Deus separou a terra seca das águas, ao fazer isso Ele deu a impressão de que a terra seca foi fundada ‘nos mares’. O autor do salmo 136, menciona isso no versículo 6: “Aquele que estendeu a terra sobre as águas; porque a sua benignidade dura para sempre”. Em 2 Pedro assim está escrito: “Eles voluntariamente ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste”.

Versículo 3 – A Arca da Aliança estava sendo levada a Jerusalém, a questão agora era, quem seria capaz de escalar “a montanha do Senhor” e estar “no seu lugar santo”? Esta questão tornou-se urgente, pois, quando Davi tentou trazer a arca para Jerusalém pela primeira vez, um homem chamado Uzá morreu por ter tocado a Arca (2 Samuel 6.6-7), esse incidente destacou a santidade de Deus, e como é perigoso se aproximar indevidamente de Deus.
O lugar Santo era uma parte da tenda, onde apenas os sacerdotes podiam entrar, no entanto, deve-se considerar se a frase “lugar sagrado” refere-se aquela parte do Tabernáculo, ou se é simplesmente um sinônimo para “Monte do Senhor” (isto é: Jerusalém). Em seguida a questão que o Salmo coloca é: “Quem é capaz de entrar na presença de Deus e servi-Lo”? Essa questão seria dirigida especificamente aos sacerdotes, que eram os únicos autorizados a entrar no Lugar Santo, entretanto, seria também uma questão importante para todos os que temem a Deus e queriam se aproximar do Senhor e aprofundar comunhão com Ele.

A transferência da Arca da Aliança para Jerusalém marcou o início de uma nova etapa na adoração a Deus, finalmente a Arca estava vindo para a cidade que Deus tinha escolhido (Salmos 132.13-14) e era necessário que os sacerdotes (e o povo) tivessem um momento para refletir sobre a necessidade de estar em boas condições para presidirem a adoração ao Senhor dos Exércitos, em Seu Santuário novo e permanente.
Se aproximar de Deus exige um esforço tremendo: Deus é “alto e sublime” e habita na eternidade e seu sobrenome é Santo (Isaías 57.15), portanto não devemos pensar que seja algo fácil se aproximar Dele. Temos que fazer um esforço, como um alpinista, que luta para escalar uma montanha, e não é simplesmente uma questão de se aproximar, mas, também permanecer vivo na presença de Deus.
No Novo Testamento, a igreja tornou-se o templo de Deus, e cada cristão é um sacerdote, como tal, somos chamados a estar na presença de Deus, para lhe servir. Por isso, é importante considerar as condições que Davi mencionou nos versículos 4 – ser limpo de mãos, puro de coração, não vaidoso (fútil) e não mentiroso.

Versículo 4 – “Lavar as mãos...” – A palavra “mão” representa todo o corpo, e não deve ser entendido literalmente (Jó 17.9), o cristão é justificado pela fé, purificado pelo Sangue de Jesus, e tem responsabilidade de se purificar de todo o pecado.
Os sacerdotes que serviam no santuário tinham que ser limpos, não só moralmente, mas, também cerimonialmente, eles não podiam tocar em nada que fosse contaminado.

"... E um coração puro" – Não apenas devemos nos precaver contra atos pecaminosos, mas devemos guardar nossos corações, para sermos puros diante de Deus, o coração é a fonte da vida, e a raiz de todo o pecado. Se nós não cuidarmos da fonte, não teremos vitória sobre o pecado.
Deus é santo, e aqueles que desejam estar na presença de Deus, não só devem limpar suas vidas, mas também seus corações. A santidade da vida começa no coração. Nossas mãos devem estar limpas diante dos homens, e nosso coração deve estar limpo diante de Deus. Não podemos permitir impurezas no coração, pois, são uma afronta a santidade de Deus. Em Mateus 5: 8, o Senhor disse: "Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus.”

"Qualquer um que não entrega a sua alma à vaidade" – No Antigo Testamento, “vão”, muitas vezes refere-se a idolatria, que inclui o materialismo contemporâneo, entretenimentos. Como cristãos devemos ter cuidado com as “vaidades da vida”, não devemos gastar nosso tempo ou ser dominado por aquilo que é vão, fútil e não edificante espiritualmente.

"Nem jura enganosamente" – Essa frase fala de fazer promessas, mas sem a intenção de manter a promessa feita, ou com uma intenção diferente da exposta. Estas promessas podem ser feitas tanto para homens, quanto para o próprio Deus. Um exemplo disso foi o juramento de Esaú para Jacó quando vendeu seu direito de primogenitura em troca de um prato de comida (Gn 25.33). Esaú prometeu algo que não era sério, ele jurou enganosamente, apenas para obter a comida de seu irmão.
Estas condições são extremamente exigentes, em certo sentido, a única pessoa que pode escalar o Monte do Senhor, e estar no Lugar Santo é o Senhor Jesus Cristo. Ele fez isso há mais de dois mil anos, com o Seu próprio Sangue (Hebreus 9.24-26), porém, Ele fez isso em nosso lugar, como nosso Sumo Sacerdote e representante legal, nós podemos nos aproximar de Deus através do Senhor Jesus Cristo, no entanto, temos a responsabilidade de viver de maneira consistente com a santidade de Deus, e não abusar da Graça de Cristo.

Versículo 5 - "Ele vai receber a bênção do Senhor" – Ter uma natureza pecaminosa e viver em um mundo de pecado, não é fácil viver em santidade, entretanto, a pessoa que assim vive, recebe a bênção do Senhor. Esta bênção é principalmente o privilégio de viver em comunhão com Deus e desfrutar Sua presença – Uma presença que traz alegria e paz.
Se uma pessoa insiste em viver em pecado, não pode esperar que a bênção de Deus o alcance, pois, Deus abençoa aquele que O procura com mãos limpas, com um coração puro, que não jura falsamente, que gasta seu tempo em besteiras e futilidades, e por fim; aquele que o busca de todo o coração.

"E a justiça do Deus da salvação" – Esta é a principal bênção que Deus pode dar a um pecador – Sua justiça, o que leva à salvação, a Justiça Divina (Rm 1.17) é algo que Deus tem para nos dar; não podemos obter por nossos próprios esforços, é um presente de Deus. Então Davi diz: “... você vai receber... a justiça do Deus da Salvação.”
No entanto, embora a Justiça de Deus seja pela fé em Cristo (Romanos 2.21-22), porque é algo que queremos de todo o coração (Mateus 5.6), temos a responsabilidade de viver de acordo com esse desejo, não podemos esperar para receber “Justiça de Deus”, se não estamos dispostos a viver segundo a “Justiça de Deus”.

Versículo 6 - "Esta é a geração daqueles que o buscam..." – O verbo Eu procuro em hebraico é “darash” e significa “frequente”, portanto, uma pessoa que busque a Deus (no sentido do verbo em hebraico), é alguém caminhando em direção a Deus, que frequenta a Sua presença. Há uma promessa bonita relacionada a este verbo: “Então dali buscarás ao Senhor teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma” (Deuteronômio 4.29).
Davi foi um homem que buscou a Deus de todo o coração. No Salmo 27.8 ele escreveu: “Quando tu disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração disse a ti: O teu rosto, Senhor, buscarei”.
Davi deseja estar na presença de Deus, “Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo” (Salmos 27.4).

"Desde aqueles que buscam sua face, ó Deus de Jacó" – Aqui o verbo é “bagash” que significa “pesquisa” no sentido de “inquire”, é o verbo usado em Êxodo 33.7: “E aconteceu que todo aquele que buscava o Senhor saía à tenda da congregação, que estava fora do arraial” (Êxodo 33.7), pesquisar aqui significa buscar uma comunhão íntima com Deus (cf. Sl 105.4).
Usando o nome de Jacó como uma referência para o povo de Israel, Davi foi enfatizando a misericórdia de Deus. Jacó era um homem tão carnal, no entanto, Deus em Sua graça e misericórdia manifestada a ele, foi lentamente trabalhando em seu caráter. “Pesquisar e encontrar Deus exerce um enorme poder santificador em nossas vidas” (Spurgeon).
Não vá até o Monte do Senhor simplesmente por ir, como se fizesse um turismo espiritual, mas vá consciente que na presença do Senhor já plenitude de alegria, lute contra a “carne e o pecado”, faça do Senhor a Sua maior alegria.

Versículo 7 – “Levantai ó portas, as vossas cabeças” - A procissão se aproxima das portas de Jerusalém, o Rei Davi, encabeça a procissão, insta os guardas da cidade a abrir as portas de Jerusalém, para que Deus possa entrar e tomar posse da Sua morada eterna.
A procissão para e pedem (poeticamente) para os guardas da cidade abrirem as portas, antes da grandeza de Deus, os enormes portões da cidade tiveram que ser abertos de todo de modo que o Rei da Glória entrasse em Sua casa.
Este grito é um símbolo do clamor que chegou às portas do céu, quando Cristo, o Rei da Glória ascendeu à mão direita do Pai. Ele também é um símbolo do grito dos evangelistas aos pecadores, para abrir seus corações ao Rei da Glória.
Antes de Cristo dar Sua vida na cruz, as portas do Céu foram fechadas aos pecadores (assim como o caminho para a árvore da vida foi fechado, após o pecado de Adão e Eva). Quando Cristo morreu, as portas do céu se abriram, simbolizando pelo rasgar do véu do templo que separava o Santo dos Santos. Cristo entrou como nosso representante, mas, também abriu o caminho para todo aquele que aceitasse o Seu sacrifício.

"E vos levantado, portas eternas" - As portas são "eternas" porque a cidade é eterna. Ambas as portas e a própria cidade compartilham a natureza de Deus.

"E o Rei da glória" - A chegada da arc
a de Deus para Jerusalém, marcar o fim da longa jornada, que começou no Monte Sinai (Horebe), quando a glória de Deus desceu do céu e encheu o tabernáculo - encontrando-se especificamente sobre a arca de aliança (Êxodo 40: 34-38; Nm 9: 15-23).

Versículo 8 - "Quem é este Rei da glória?" – Os guardas da cidade, perguntado sobre a identidade do Rei da glória, a resposta veio de imediato: "O Senhor forte e poderoso".
Em primeiro lugar, o Rei da Glória é identificado como Senhor – o Deus de Israel, o Deus eterno. À luz do Novo Testamento, esse não é outro senão o Senhor Jesus Cristo; Ele é o Rei da Glória. Foi Cristo que acompanhou Israel durante o Êxodo, sob a figura do Anjo do Senhor.
Dois adjetivos são usados para descrever o Deus de Israel: “Forte” e “Bravo (Poderoso)”. Termos hebraicos são sinônimos e são usados em contextos militares – de soldados ou exércitos. A palavra traduzida como “Valente”, é usada na próxima linha, onde se traduz “Forte”.

"Senhor poderoso na batalha"- Há 40 anos no deserto, Deus estava diante do Seu povo, dando vitória sobre os inimigos que estavam no caminho; por exemplo, os egípcios (Êxodo 14-15), os amalequitas (Êxodo 17: 8-16), etc. Ele também lhes deu a vitória sobre os cananeus, sob a liderança de Josué. Mais recentemente, o Senhor deu a vitória sobre os filisteus - sob a liderança de Samuel (1 Samuel 7: 3-13), e sob a liderança de David (2 Sam 5: 17-25). Finalmente, Deus deu a vitória sobre os jebuseus, para tomar a cidade de Jerusalém, e defini-lo como capital do reino, e morada permanente de Deus (2 Sam 5: 6-10).
Em todas estas vitórias, o Deus de Israel foi declarado como "Senhor dos Exércitos", o "Deus da batalha '. A remoção da Arca da Aliança para a cidade de Sião marca o triunfo final de Deus sobre todos os seus inimigos.
No entanto, embora seja importante para entender esses versos à luz da história de Israel no Antigo Testamento, versículos se aplicam (profeticamente) para a luta de Cristo contra Satanás, e a derrota de toda a maldade espiritual em cruz (Cl 2: 14-15). Essa vitória permitiu Cristo para ascender à mão direita do Pai, e tomar o seu lar eterno no céu (Fp 2: 9-11).

Versículo 9 e 10 – Repetições com o propósito de produzir efeito dramático, selando a entrada da procissão para dentro da cidade de Jerusalém.













domingo, 12 de junho de 2016

As doze tribos de Israel



Em toda a Bíblia ouvimos muito falar a respeito das 12 tribos de Israel. Mas quem são essas tribos? De onde elas surgiram? O que elas representam na Bíblia?

A origem das 12 tribos de Israel está descrita em Gênesis 29 , 30 e 35. 16-22. Ali vemos descritos os nascimentos dos 12 filhos de Jacó que também tinha o nome de Israel. Esses doze filhos foram: Rubén, Simeão, Levi, Judá, Dã, Naftali, Gade, Asser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim.

Mas esses 12 nomes ainda não correspondem exatamente às 12 tribos de Israel. Mais tarde, depois da fuga do povo de Israel do Egito, Deus define que a tribo de Levi seria uma tribo separada para servi-lo (principalmente como sacerdotes e em ministérios diversos no culto a Deus), e que não teria um território específico na terra prometida. No lugar dela e no lugar de José, assumem o posto de tribos de Israel Manassés e Efraim (Veja imagem acima).

A partir daí, o povo de Israel é organizado em 12 tribos (povos), sendo: Rubén, Simeão, Judá, Dã, Naftali, Gade, Asser, Issacar, Zebulom, Manassés, Efraim e Benjamim. Dentro dessa organização as pessoas da tribo de Levi vivem entre seus irmãos, cumprindo as ordens de Deus de serem separados para o ministério do Senhor. Então não são contados entre as 12 tribos.

E é baseado nessas 12 tribos que todo o território da terra prometida é dividido (essa história está no livro de Josué. Veja mapa abaixo).

Mais tarde, já no livro dos Reis, temos a história de como essas 12 tribos se uniram sob uma monarquia, onde reinaram Saul, Davi, Salomão Após a morte de Salomão, as 12 tribos se dividiram e formaram dois reinos: Reino do Sul (Judá e Benjamim), que teve como capital Jerusalém. E reino do Norte: (as outras 10 tribos). Que teve como capital Samaria. Cada um desses reinos tinha o seu próprio rei. Após essa divisão nunca mais houve uma unificação das 12 tribos de Israel. Os dois reinos (Do Norte e do Sul) sempre tiveram problemas de inimizade.

De forma resumida seria essa a história a respeito das 12 tribos de Israel.